terça-feira, 29 de março de 2011

Em nome do verbo

Recebi por e-mail esta foto enviada gentilmente por Ana Barrios, fotógrafa profissional. Foi batida durante minha oficina de texto em Castro, Pr, em 2009. Aproveito para fazer um “comercial” da Oficina que pode ser tratada pelo telefone (21) 2242-9189 ou pelo e-mail que aparece logo ai em cima, embaixo do nome no painel. Ideal para professoras e aspirantes ao mundo literário.

domingo, 20 de março de 2011

Fusion, not confusion

(Texto de apresentação do livro Uvas do tamanho de dedos e outras histórias, de Rodrigo Acras, no prelo. O lucro da venda será destinado ao Hospital Erasto Gaertner, de Curitiba. A ilustração de Kandinsky é casual aqui no blog )

O leitor tem em mãos o livro de estreia de Rodrigo Acras, que durante o processo de criação era chamado carinhosamente pelo autor de Confusão, nome do blog onde se originou a ideia. Porém, acredite, não há nenhuma confusão nestas páginas – e sim muitas agradáveis surpresas.
Surpresa por se tratar de um autor iniciante e cuja profissão (engenheiro eletrônico), em tese, não o aproxima do mundo da literatura.
Surpresa também nas várias histórias catalogadas de maneira esquemática a partir da criação: As imaginadas, As observadas, As vividas, etc...
Surpresas que continuam nas narrativas, de onde surge um texto criativo, certeiro e maduro – elementos suficientes para fazer de Uvas do tamanho de dedos e outras histórias um livro “surpresa” também para o leitor.


Toninho Vaz

domingo, 13 de março de 2011

Memória analógica VIII

Foi num churrasco em Pedra de Guaratiba, anos 70, com a inestimável colaboração de um fotógrafo desconhecido. À esquerda, o mineiro Márcio Borges, poeta e destacado letrista do histórico Clube da Esquina de BH. O Marcinho – como é mais conhecido – escreveria anos depois a saga de sua turma nas bem traçadas páginas de Os sonhos não envelhecem, editado pela Geração Editorial. No livro, deixou registrado tim tim por tim tim como tudo aconteceu para ele, Milton Nascimento, o irmão Lô Borges, Fernando Brandt e outros tantos de igual talento. Anos mais tarde, o Marcinho se tornaria meu compadre de verdade, quando fui escolhido por ele e Claudinha para ser o padrinho da pequena Isabel, hoje uma linda mulher. Entre nós, na foto, aparece o bem humorado cantor Roberto Ribeiro, notável como puxador de samba do Império Serrano, uma das escolas de Madureira (Serrinha), onde o campista Demerval Maciel (seu verdadeiro nome) foi viver quando chegou ao Rio. O Roberto foi escolhido duas vezes como o melhor cantor da avenida e frequentou as paradas de sucessos com sambas que se tornariam clássicos: Todo menino é um rei, Acreditar (de Dona Ivone Lara), Liberdade. Passados mais de 30 anos, o Marcinho não está de braços cruzados: continua ativo como poeta, compositor e escritor e pode ser encontrado em Mauá (RJ) ou Belo Horizonte, onde mantem parte do guarda roupa. O Roberto faleceu em 1996 atropelado por um carro numa estrada em Jacarepaguá. Estava deprimido e cego de um olho (esqueceu as lentes de contato, que criaram fungos), desde a manhã em que o encontrei em uma calçada de Ipanema, com a mulher, saindo de um médico oculista. Tinha acabado de receber o diagnóstico e estava em estado de choque. Segurando os meus ombros com as duas mãos, disse em prantos: “Toninho, estou cego, acabei de saber disso”. Segurei-o também pelos braços e expressei assustado a minha solidariedade: “Roberto, fique firme, não se deixe abater...”. Ele estava inconsolável e seguiu para a praça General Osório amparado pela mulher. Prefiro a cena do churrasco. Toninho Vaz

domingo, 6 de março de 2011