quarta-feira, 27 de março de 2013

Entrevista - Diário de Guarapuava



                                                             (foto Vinicius Alves)
Entrevista a Cristiano Martinez - Diário de Guarapuava
(publicada em 23/03/2013)


1.    Vamos falar da nova edição de “Paulo Leminski: o bandido que sabia latim”, que será lançada em breve pela editora Nossa Cultura. O que esse livro tem de diferente da edição original? Serão incluídas novas fotos, texto atualizado, informações inéditas etc.? Quando será o lançamento? Conte um pouco do projeto.
       TV – Sim, o livro ganha uma nova capa, algumas fotos inéditas e mantém outras consideradas importantes das edições anteriores. O texto foi atualizado e aparecem algumas informações inéditas, sem nenhuma deformação do texto inicial, que sempre me agradou (e pelo que eu posso ver, aos leitores também). A editora Nossa Cultura planeja lançar o livro junto com a biografia de Torquato Neto, também de minha autoria, no que gostamos de chamar informalmente de “micro antologia poética dos malditos” – maldito aqui tem conotação literária, romântica, e não bíblica. Lançamento previsto para meados deste ano.
2.    Toninho, já se passaram mais de 10 anos do lançamento da biografia escrita por você sobre o Leminski. Como você avalia esse trabalho na sua carreira? Qual é a relação que você tem com esse livro, já que tem ali o “Toninho jornalista/escritor” e o “Toninho amigo do Leminski”?
       TV – O convite veio de Alice Ruiz, mas, naquilo que parecia meu caminho natural depois do jornalismo, ou seja, escrever livros, a biografia de Paulo Leminski foi determinante. Tive a sorte de começar com o pé direito no mercado editorial, com um livro bem sucedido do ponto de vista da crítica e comercialmente, pois está saindo agora a 4ª. edição. Minha relação, portanto, é de carinho e cuidados com a obra. O Paulo Leminski merece. Depois escrevi mais cinco outras biografias, incluindo as do Torquato, da Santa Edwiges, do homem de cinema Severiano Ribeiro e do Solar da Fossa, além da biografia parlamentar de Darcy Ribeiro.
3.    Seu livro teve três edições e alcançou grande repercussão, constituindo-se numa referência para quem quer conhecer um pouco da vida do Leminski. Quando você se propôs a tal empreitada, esperava tudo isso?
      TV – Não esperava nada, apenas tentei dominar o trabalho, que desde o início me pareceu um desafio de responsabilidade, pois o Paulo estava predestinado a ser um dos grandes nomes da nossa cultura. Disso eu sabia. Portanto, tentei fazer algo que merecesse o prestigio dele como poeta e intelectual e a grandeza da nossa amizade.
4.    No texto de apresentação da primeira edição, datado de abril de 2000, você termina dizendo que o objetivo do livro era o “retrato de um poeta brasileiro sem disfarces, o ex-estranho Paulo Leminski”. Optar por esse caminho de uma imagem desnudada de Leminski trouxe algum tipo de consequência? Em muitos momentos, seu livro é de uma sinceridade desconcertante (no sentido positivo). Enfim, foi difícil dar cabo dessa empreitada, já que você revelou muito da intimidade do biografado?
    TV – A consequência da minha sinceridade, como diz você, foi o desenlace de algumas amizades, que se perderam nesse trajeto. O livro acabou provocando reações passionais. Afinal, nas duas grandes exposições que se fizeram sobre a vida e a obra do poeta, a Ocupação do Banco Itaú, em SP (2009), e a do MON, em Curitiba (2012), o meu livro ficou de fora, tratado como algo que não tem importância ou nunca existiu neste contexto. Claro, eu considero uma falha técnica das curadorias, pois o meu livro além de ser a única biografia dele – tem a aceitação dos leitores, que me solicitam frequentemente para palestras e oficinas sobre o assunto. E, não custa nada repetir, está seguindo para a 4ª. edição.
5.    Nesse tempo todo de publicação da primeira edição, mudou algo em relação ao trabalho de Leminski? Hoje a crítica olha com mais cuidado a poesia praticada por ele e, principalmente, o “Catatau”?
    TV – Sim, o prestigio e o entendimento da obra de Paulo Leminski se solidificou ao longo dos últimos anos. Enquanto escrevo, em meados de março, recebo a informação de que Toda Poesia, antologia recém-lançada, está liderando a lista dos mais vendidos no país. Faz sentido. Mas o Catatau ainda vai permanecer na lista dos mistérios por algum tempo.
6.    A reunião de toda a produção poética do Leminski num único livro (“Toda Poesia”, pela Companhia das Letras) é apenas uma efeméride ou tem um peso maior (no sentido de provocar novas leituras de sua obra)?
      TV – O lançamento de Toda Poesia é muito importante, desde que as obras do poeta estavam fragmentadas e há muitos anos longe das livrarias. Havia uma demanda muito grande entre seus admiradores. A crítica também queria ver a obra reunida. Agora, a lacuna foi preenchida. 
7.    Leminski é o grande poeta da contemporaneidade? Como você vê a influência dele nas gerações posteriores? A visão de mundo dele faz muita falta?
TV – A facilidade com que a poesia do Leminski chega até os jovens é impressionante. Houve uma época em que alguns concursos literários proibiam aos participantes apresentarem poemas com a dicção típica de sua poesia, pois eram muitos seus seguidores. Leminski era erudito e pop ao mesmo tempo, por isso fazia uma poesia jovem. Mas ele sempre foi um intelectual muito sério e aplicado. Estudou e leu muito e, portanto, merece agora o reconhecimento.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Solar em SP: como foi


O Autor na Praça Benedito Calixto teve bons momentos com o Guarabyra apresentando as canções criadas no SOLAR DA FOSSA (foto de Alberto Centurião). O baixista Sergio Gama apareceu para animar a festa (foto de Daisy Grisolia). Casa cheia e muita animação no Espaço Plínio Marcos. 

quinta-feira, 7 de março de 2013

SOLAR DA FOSSA em SP


O evento vai novamente contar com a brilhante participação de Guarabyra, importante morador da pensão carioca e, portanto, personagem do livro. No recital, ele interpreta músicas criadas no Solar, algumas muito conhecidas, verdadeiros clássicos: Sinal fechado, Alegria Alegria, Roda Viva, Back to Bahia, Margarida, Azul da cor do mar...