quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Toninho Vaz - Wikipédia, a enciclopédia livre

Toninho Vaz - Wikipédia, a enciclopédia livre

Amigo leitor: por obra e graça do jovem poeta Pablo Treuffar (um leitor de Leminski e Torquato), ganhei um verbete na Wikipedia, que vocês conhecem de outras pesquisas. Nada muito especial (sou um dos últimos), nada muito sofisticado. Que seja, portanto, mais uma ferramenta de trabalho.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Fim de ano - clima de festa

Meu encontro com o conterrâneo Roberto Muggiati aconteceu depois de décadas vivendo na mesma cidade. Foi na festa da agência de Valéria Martins, na Academia da Cachaça, Leblon. Editor da revista Manchete durante a fase áurea, Muggiati freqüenta a minha biblioteca desde o tempo de Rock, o mito e o grito, ensaio dos anos 70, o primeiro olhar atento para a nova manifestação musical. Foto de Luiz Augusto Gollo.
Com Ana Paula (jovem escritora), nas comemorações de um ano da agência da bela Valéria Martins. Foi na Academia da Cachaça, Leblon. Bom astral. Foto de Luiz Augusto Gollo.



Com Robertinho Silva, Selma Reis e Felipe Cerquize, na festa de lançamento do CD em que Selma interpreta canções de Paulo César Pinheiro. Foi na Casa da Suíça. Foto de Nilza.

domingo, 29 de novembro de 2009

Como leve pousa

Silvia e Loriel, os vencedores. Fotos de Toninho Vaz.

Silvia Maria e Bia Bedran: as atrizes se encontram em Curitiba.

Aconteceu bem cedo no restaurante do hotel em Curitiba. Quando entrei no salão, logo depois das 7 horas, havia poucas pessoas nas mesas – um casal logo na entrada e duas mulheres mais ao fundo. Servi-me de suco de laranja, salada de frutas, talheres e fui me sentar na mesa mais distante, à esquerda, quase na porta da cozinha. Ato contínuo, percebo uma moça bonita, longilínea, entrar e se dirigir calmamente ao balcão de frutas e sucos. Meu olhar acompanhou. Estava equipada para o calor que fazia, trajando um vestido branco de rendas, com duas alças finas a segurá-lo em ombros desnudos, elegantes e perfeitos. Os cabelos molhados.
Ela foi cautelosa ao escolher as frutas. Levou para o pequeno prato pedaços de mamão e melancia. Pegou os talheres, girou o corpo pra esquerda e veio caminhando em minha direção. Cada vez mais perto...
Para minha surpresa, sentou-se na minha mesa, bem na minha frente ficando de costas para o salão praticamente vazio. Confesso que me agitei, virando o corpo para a direita e cruzando as pernas como se estivesse abrindo um jornal, tentando ser o mais natural possível. Tudo acompanhado por um silêncio notável – nem um bom dia foi ouvido. Neste momento um rapaz de aparentes 30 anos aproximou-se e dirigindo-se a moça saudou-a com boas maneiras:
- Bom dia, Silvia.
E virando-se pra mim, de mão estendida e levemente curvado:
- Bom dia, como vai?
E sentou-se ao meu lado direito... Fez alguma consideração sobre o fator climático nas ruas, mas logo silenciou. Tinha nas mãos uma pasta onde se lia UFPR. Foi quando me ocorreu dizer alguma coisa que pudesse me ajudar:
- Até parece que somos do mesmo grupo, não?
Ela explicou que não estavam em grupo. Ela era de Belo Horizonte e estava hospedada no hotel, mas o rapaz morava em Curitiba. Mais uma surpresa. E foi além:
- Nós somos vencedores do concurso nacional Loucos por Diversidade, promovido pelo Ministério da Saúde e pelo MinC.
-??
Diante do meu silêncio, ela continuou:
- Somos portadores de sofrimento mental.
- ??
Silvia Maria, este era o nome dela, explicou que ambos haviam vencido o concurso nacional em suas respectivas áreas: ela no teatro (como atriz) pela peça Caixa Preta e Loriel (este o nome do rapaz) na categoria Literatura com dois livros de poesia: A Arte da Urgência e O Sentido [In]sano. Depois de descobrir que a beleza da moça nascia da sua serenidade interna (!) tive que me conformar com a calma dela ao me advertir:
- Você pode ficar chocado, mas meu diagnóstico é de esquizofrenia. O Loriel é portador de ideologia transversal.
- ??
Fiquei ali boa parte da manhã conversando com os dois anjos que pousaram na minha mesa. Como num lance de dados. Fiz uma foto da Silvia com a Bia Bedran, que ela reconheceu na mesa ao lado. Silvia Maria (do grupo Sapos & Afogados) me pareceu uma ativista da causa que a movia até Curitiba (a UFPR faz parte do projeto) e Loriel, curitibano, sabia muito sobre Paulo Leminski, o poeta do Pilarzinho. Tudo se encaixava... Agora eles se preparam para, no inicio de dezembro, receber o prêmio de fato no Rio de Janeiro.
Difícil de acreditar que ambos, tão afáveis e positivos, tivessem algum tipo de sofrimento mental. Enquanto tem sujeito por aí circulando... bem, vocês sabem...


Toninho Vaz

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Um mimo

Em Curitiba, entre muitas boas surpresas, ganhei este mimo de Dani Regis. É a capa do meu livro feita em chaveiro, imã e botton.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Evento em Curitiba - como foi

Com Bia Bedran no Passeio Público de Curitiba, bate papo numa folga do trabalho. Foto de Angela Bussmann.

Com Silvio de Tarso (radialista), Bia Bedran e Tiago Recchia ao final da entrevista para um programa de rádio. Na platéia , mais de 500 bibliotecários (agentes de leitura). Foto de Daniel Faria.

Em sala de aula abordando um provável Paideuma leminskiano. Foto de Tiago Recchia.


Com o músico Carlos Careqa nas ruas de Curitiba. Careqa é o do meio. Foto de Angela Bussmann.


Foram seis dias em Curitiba, três deles consumidos de forma intensa com palestras e oficinas para agentes de leitura (bibliotecários) da rede municipal de educação. A palestra no primeiro dia foi para mais de 1.200 pessoas e as oficinas, ao longo de tres tardes, para cerca de 30 alunas. No meio, uma entrevista coletiva para uma rádio local com direito a palco e platéia.

Foram dias iluminados – tanto pelo sol forte como pelas pessoas que encontrei pelo caminho: a professora Nanci Nóbrega (PUC-RJ), os músicos Carlos Careqa, Téo Ruiz e Bia Bedran, o agitador Fabio Dallas e a secretária (de Educação) Eleonora Fruet (a simpática filha do ex-prefeito Mauricio Fruet). Deixo de nominar um punhado de gente afável, incluindo minhas alunas, que demonstraram real interesse na vida e na obra de Paulo Leminski. Juntos, partimos em busca de um provável paideuma leminskiano – ou seja, de autores e obras que influenciaram a formação cultural e intelectual do poeta do Pilarzinho.

Menção honrosa para a equipe de produção da Prefeitura, que trabalhou com dedicação e leveza em terreno árido e logística complicada. Me refiro a Daniel Faria, Marilda Confortin, Margareth Fuchs e todas as meninas do Evento. No apagar da vela, conheci dois figuraças da cidade: o poeta Thadeu Wojciechowski e o cartunista Tiago Recchia (que substituía o também cartunista Solda, sendo ambos ilustradores de trabalhos de Leminski).
Mais informações na chamada abaixo.


Toninho Vaz

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O Farol do Saber

Encontro com bibliotecários em Curitiba - de 18 a 20 de novembro

Com uma programação intensa, o 2º. Encontro de Bibliotecas de Curitiba vai homenagear o poeta Paulo Leminski, vinte anos após a sua morte. O evento reúne centenas de profissionais entre bibliotecários e pedagogos do setor educacional da prefeitura aos quais serão oferecidas palestras, oficinas, recitais e shows de música. Várias atrações vão passar pelo auditório da Villa Batel, de 18 a 20 de novembro: os professores Edmir Perroti (USP), Nanci Nóbrega (PUC-RJ), os músicos Carlos Careqa e Estrela Leminski, o poeta Thadeu Wojciechowski, o cartunista Tiago Recchia e o escritor Toninho Vaz, entre outros.
Na palestra de abertura, dia 18, Toninho Vaz, autor da biografia Paulo Leminski, o bandido que sabia latim (Record), fala para 1.500 convidados sobre a vida e a obra do poeta da Cruz do Pilarzinho. Na ocasião, exibe documentário exclusivo de 20 minutos com performances de Leminski que foi ao ar no Jornal de Vanguarda, TV Bandeirantes, 1988. Durante a semana, Vaz ministra oficina para os bibliotecários com o tema
Em busca do paideuma leminskiano: de livros e autores.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Recife e Olinda - como foi

Entre Lula e Spencer, na Saraiva, falando de cinema brasileiro. Foto de Naná.

Com o documentarista Fernando Spencer no local da palestra sobre O REI DO CINEMA. Foto Pedro Pinheiro.


Estou voltando de dez dias na terra de João Cabral onde desfrutei momentos solenes dedicados ao trabalho e ao ócio contemplativo, sempre à beira do oceano. A palestra na Saraiva do shopping Recife, dia 20, sobre Luiz Severiano Ribeiro, foi produtiva e simpática para uma platéia cabalisticamente de 20 pessoas, todas interessadas no tema. Apareceram estudantes de uma escola de ensino superior, com seus cadernos de anotações, e os experts Lula Cardoso Ayres (filho do velho Lula, autor do famoso mural do Cine São Luiz) e Fernando Spencer, o mais importante documentarista de Recife, uma lenda viva na cidade dos Guararapes. (O acervo do Spencer, guardado em casa, pede socorro para não morrer. Ele tem mais de 130 horas de imagens de Recife em Super 8, 16 e 35 mm).
A mídia cobriu com interesse o evento chamado pela livraria de Papos & Idéias, com destaque para as matérias do Diário de Pernambuco e Jornal do Comércio. A TV Globo colocou reportagem de 2 minutos no ar, no Bom Dia, Pernambuco, com direito a entrevista com o autor – realizada entre prateleiras de livros. A palestra, que apresentava um documentário de 30 minutos sobre o cinejornal Atualidades Atlântida, ficou em destaque também na revista Almanaque, editada pela Saraiva.


Ficamos hospedados (eu e Naná)na casa de Aloísio Magalhães (o designer, 1927-1982) em Olinda, um sitio histórico e devidamente catalogado como patrimônio da humanidade. No último dia da visita, fomos levados por Lula e Pedro Pinheiro (do Grupo Severiano Ribeiro) a visitar as obras no lendário Cine São Luiz, inaugurado com pompa e circunstância em 1952. A reinauguração, depois da reforma, está prevista para dezembro.



Com Lula Cardoso Ayres, visitando as reformas do Cine São Luiz, personagem (a sala) do livro O Rei do Cinema. Foto de Naná.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

16 de outubro

Dia de Santa Edwiges. A história desta mártir das guerras religiosas está no livro que escrevi para a Objetiva. Fonte original: Actas Sanctorum. A padroeira dos endividados. Em catálogo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Psiu Poético – algum registro

Por um problema técnico (esqueci a câmera no Rio), este foi um dos raros registros da minha passagem por MOC – Montes Claros – durante o Psiu Poético 2009. Convidado de improviso, falei alguns poemas meus e de Paulo Leminski no salão nobre da Sec. de Cultura. Mais tarde, como estava previsto, fiz comentários sobre o curta Meu nome é Paulo Leminski, no Cine SESC. Foto de Deomídio Macedo.

domingo, 4 de outubro de 2009

Agora, PSIU POETICO

Na sexta-feira, dia 9, estarei comentando o filme Meu nome é Paulo Leminski, de Cesar Migliorin. O poeta do Pilarzinho vai ser homenageado pelo evento literário. Tudo vai acontecer em Montes Claros, MG. Sei que vou encontrar dois poetas amigos: o compadre Marcio Borges e Murilo Antunes, de outros carnavais. Depois eu conto como foi...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Londrix 2009

Rodrigo Garcia Lopes, Marco Vasques e Mauricio Mendonça contam o que sabem sobre o “universo leminskiano”. Casa cheia no evento literario. Foto de Toninho Vaz

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Londrix 2009

Aconteceu em Londrina, no festival de livros e artes. Minha palestra foi sexta-feira, 25 de setembro, sobre Paulo Leminski, O Bandido que sabia latim. Casa cheia novamente. (Roubaram a câmera do Marco e ficamos sem o registro da palestra).
Com Marcos Losnak, poeta e organizador do evento Londrix 2009. Foto de Marco Vasques - feita com a minha câmera. O Marcos edita a revista Coyote, em Londrina.
Durante entrevista a estudantes de Cascavel que preparam documentário sobre O Bandido que sabia latim. Foto de Marco Vasques, poeta de Floripa.





sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Agora, Londrix 2009

Amigos,
no dia 25 de setembro, próxima sexta-feira, estarei no 5. Londrix – festival literário de Londrina, onde faço palestra sobre a poética de Paulo Leminski. Um privilégio, pois estarei trabalhando ao lado de almas sensíveis e de poetas como Marco Vasques (meu amigo de Floripa), Marcos Losnak (espécie rara de coyote), Rodrigo Garcia Lopes (ainda vamos encenar, juntos, Ramelete e Maquebete, para desopilar grilhões), e outras almas que ainda encontrarei.
O Londrix, este ano, homenageia Leminski, o poeta do Pilarzinho.
Como diria Ezra Pound, “não se pode ensinar literatura para alguém, mas se pode nitidamente ensinar alguém a distinguir entre uma e outra espécie de livros”.
Na minha palestra, vou tentar abordar o Paideuma leminskiano. Para desopilar grilhões. É melhor do que brincar de ludo-ludo-real.

Toninho Vaz, autor de O Bandido que sabia latim

domingo, 13 de setembro de 2009

Conversa informal

Os jardins estão floridos: Paula Nadal, repórter da revista Bravo, e Mário da Silva, concertista, interprete de Villa-Lobos – assunto principal da tarde em Santa Teresa. Aprende-se muito com os especialistas. Foto de Rocio Infante.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

São João del-Rei, veja como foi

Parece uma pin-up, mas é Fernanda Miranda, produtora do 3º. Felit, que agitou a pacata cidade nos últimos dias de agosto. Fernanda recebia os convidados com esta simpatia... (Foto Izabela)

Sobre letras e livros

Livreiro e editor, Betinho garantiu o funcionamento do paiol de munição do 3o. Felit, a livraria Scriptum. Foto de Elvano.

domingo, 30 de agosto de 2009

Poetas aos montes

Chico Alvim, poeta mineiro homenageado pelo 3º. Felit, e Alice Ruiz, que me fez companhia na mesa de sexta-feira. Casa cheia. Foto de Izabela.

Sessão maldita para Leminski


Chacal, o poeta da Nuvem Cigana e do CEP 20.000 faz leitura de poemas de Paulo Leminski para uma platéia atenta e participativa. Na primeira fila (a partir da esquerda) a escritora Branca de Paula, o jornalista Carlos Alenquer (de pernas cruzadas), Alice Ruiz e Marcelino Freire, que escolhem poemas para dizer. A sessão maldita que homenageava o bandido que sabia latim terminou depois de meia-noite, claro! Com a garotada em peso, levando nas mãos suas latinhas de cerveja. Foi super. Foto Toninho Vaz

Anos loucos - poesia e literatura

Estou chegando do 3º. Felit, o festival literário que debateu os Anos Loucos, poesia e literatura malditas. Participei de uma mesa com Alice Ruiz, quando o assunto foi Música e Poesia: artes e manhas de uma época. A pacata cidade mineira, invadida por poetas e criadores, reagiu com hospitalidade. Foto Toninho Vaz


Dias azuis nesta nova temporada de palestras e debates. com direito a clima de montanha. Na foto acima, um velho hippie encontra os novos hippies do grupo Manicômicos.



Tudo de bom no 3o. Felit, em São João del-Rei. Casas cheias e muita conversa sobre literatura e poesia durante quatro dias. Na foto, Chacal, Alice Ruiz e...uma parede de tijolinhos. Foto de Elvis, o seguranca.




sexta-feira, 10 de julho de 2009

Leminski na TV Brasil

Entrevista para o jornalista Ancelmo Gois sobre O Bandido que sabia latim - 20 anos depois. O cenário é o Parque das Ruínas, em Santa Teresa. Foi ao ar dia 20 de junho, segunda-feira. Foto de Bia Guanabara.


Toninho Vaz com Ancelmo Gois: entrevista para o programa De lá pra cá, atração da TV Brasil - todas as segundas. Foto de Bia Guanabara.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Leminski em Penápolis

No final da palestra, depois de três horas de convesa, os interessados em Paulo Leminski se disseram gratificados pela presença do poeta em suas atmosferas. O Reinaldo Kozer (de paletó), poeta carioca morando em Penápolis, estava entre eles. Foto de Fernando Bononi, o Fer.

A noite de poesia


Junho de 2009. O poeta, no telão, em performance do Jornal de Vanguarda, TV Bandeirantes, 1988. Foto de Fernando Bononi, o Fer.

Penápolis - 20 anos depois

Uma platéia atenta e interessada em Paulo Leminski. O que estava previsto para acontecer em duas horas, durou três, pelo interesse da audiência. Foi no belo teatro Lúmine. Tudo arranjado pelo SESC - Birigui. Foto de Fernando Bononi, o Fer.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

terça-feira, 14 de abril de 2009

Leminski, 20 anos depois - uma revisão crítica

Paulo Leminski, o bandido que sabia latim - falecido em 1989.

TEMA DA PALESTRA de Toninho Vaz:

Introdução à poética de Paulo Leminski – Duração: 2 horas.

O tema se desenvolve a partir das influências literárias e dados biográficos do poeta curitibano. As escolhas intelectuais de Leminski, desde a infância até os últimos dias, fornecem elementos para uma iniciação à literatura com ênfase na poesia. Aqui estuda-se o paideuma leminskiano e sua importância para a literatura brasileira.

O autor Toninho Vaz oferece:

1 – Apostila com 9 páginas que devem ser impressas e distribuídas gratuitamente aos alunos e professores – que podem, assim, acompanhar o roteiro da palestra (solicitar Apostila). O conteúdo é de responsabilidade do autor e a impressão do contratante;

2 – Projeção de um vídeo (DVD) de 20 minutos mostrando performances raras de Leminski no Jornal de Vanguarda, TV Bandeirantes, 1988.

3 - Leitura de poemas com um convidado especial.


Contato: Valéria Martins - mvalmartins@uol.com.br

terça-feira, 17 de março de 2009

Jogo Sujo

(Foto de Fernando Angulo/SP)
Amigos, leitores, a quem interessar:

É com bastante desgaste físico e emocional que venho comunicar-lhes que acabei de propor uma ação judicial com pedido de liminar (aceita pelo juiz na noite de ontem), cujo processo foi autuado sob o número 2009001063693-2 – pela 21ª. Vara Cível - RJ, contra a Editora Record, considerada por alguns a “maior editora da América Latina”.

O motivo central é o meu livro Solar da Fossa, cujo contrato com a editora venceu em 18 de janeiro último sem que a edição estivesse sequer em andamento. Configura-se, portanto, o decurso de prazo.

Vou tentar resumir a querela, do ponto de vista dos aborrecimentos:

1- O livro Solar da Fossa foi escrito por mim para ser lançado como memória de Maio de 68 – portanto deveria estar disponível aos leitores em maio de 2008. A editora ignorou a data – pelo simples fato que ninguém ainda tinha lido os originais que estavam em seus escaninhos desde o início de 2007. Alguns grandes jornais, em suas edições comemorativas aos 40 anos dos eventos culturais de 68, publicaram entrevista comigo sobre o assunto, falando da importância do livro que nem estava no prelo. Ou seja, os repórteres souberam enquadrar o livro no tempo certo, mas a editora não;
2- Posteriormente, foram várias as tentativas de fazer contato com a editora, sem nenhum sucesso. Quatro dias após o término do contrato, ou seja, no dia 22 de janeiro último, enviei email ao senhor Sergio Machado, diretor presidente da Record, com cópia para Luciana Vilas Boas, editora executiva, comunicando o descumprimento do contrato por ele assinado, na cláusula 6, e, portanto, da sua nulidade a partir daquela data. Eu pedia a devolução dos originais e das fotos de ilustração;
3- Eles devolveram o material e, aparentemente, estavam conformados com o próprio desleixo. Apenas aparentemente, pois havia uma estratégia moldada pela má fé;
4- Na última semana, fui surpreendido com uma informação de bastidores que me deixou atônito: a Record, à revelia, estaria imprimindo o livro para lançar às pressas no mercado, atropelando a lei e o bom senso. Isto aconteceu no momento em que eu analisava propostas de outras duas editoras;
5- Não eram suspeitas: bastou um telefonema às livrarias para descobrir que os livros já estão impressos e previstos para serem comercializados até o dia 21 próximo (está no sistema de quatro grandes livrarias da cidade). Sem nenhum comunicado ao autor, eles utilizaram uma versão desatualizada de 2007, sem as dezenas de fotos que estão comigo, algumas colhidas apenas recentemente. E mais: ficaram de fora pelo menos 20 novas páginas que escrevi durante o tempo de espera para que alguém me procurasse com a intenção de trabalhar na edição. O livro tem novos personagens e novo título (a Record está usando o título de trabalho, como consta no contrato);
6- Escolher a mim como vítima da irresponsabilidade administrativa da empresa, seria até aceitável – de um ponto de vista estreito – mas atingir o leitor com um trabalho tosco e irresponsável, me parece o agravante desta sórdida história. Minha decisão não poderia ser outra: evitar, através de medida judicial, que tal sandice seja cometida;
7- Eu, Toninho Vaz, não reconheço o livro que por ventura estiver nos próximos dias nas prateleiras das livrarias;
8- Impedido pela ética de entabular conversações com uma nova editora – que possa merecer o trabalho de três anos de pesquisa –, aguardo a decisão da Justiça;
9- Tenho documentos que comprovam tudo que estou afirmando nesta nota oficial. Agora é com a minha advogada, Tânia Borges Pereira (OABRJ 97582), e com a Justiça.


Sinceramente

Toninho Vaz


Rio de Janeiro, 16 de março de 2009

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Publicado no blog do cartunista Solda, em 15 de janeiro de 2009.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Entrevista a Gazeta de Alagoas

Entrevista a Janayna Ávila publicada em 21 de dezembro de 2008. Foto Vinicius Alves.


ENTREVISTA COM TONINHO VAZ


1. O que representou a trajetória de Luiz Severiano Ribeiro para a indústria cinematográfica brasileira?

TV - Tanto pela cadeia de cinemas, que se espalhavam do Rio até o Nordeste, quanto pela produção de filmes da Atlântida, que era dirigida pelo filho Ribeiro Júnior, o legado deles foi muito grande. Representou um período muito importante para a implantação e formação de uma platéia brasileira voltada para temas brasileiros. Pouco importa se as chanchadas eram ingênuas, alienadas ou precárias tecnicamente. Elas fazem parte da história do Brasil e tornaram-se fenômeno de massa. A chanchada O Homem do Sputnik, de Carlos Manga, com o impagável Oscarito, foi vista por 15 milhões de espectadores numa época em que o Brasil tinha 60 milhões de habitantes. E basta.

2. Suas salas de exibição também foram um marco arquitetônico, não é mesmo?

TV – Com um detalhe: o Severiano Ribeiro quando abria ou construía um cinema, tornava-se proprietário também do imóvel, criando um patrimônio real e não virtual. Se, por alguma estratégia, ele tinha que fechar um cinema, continuava dono do edifício que por sua vez continuava rendendo dividendos. Era arrojado e gostava de conforto e novidades. Seu primeiro cinema foi aberto em 1917, em Fortaleza, e agora a família comemora 90 anos de trabalho no ramo de entretenimento administrando 210 cinemas. Hoje nas mãos de Luiz Severiano Ribeiro Neto.

3. Por que os cinemas de bairro deixaram de existir no País?

TV – Alguns fatores atuaram para afastar os cinemas das ruas: a televisão, a violência e, por outro lado, a oferta de conforto dos shoppings centers, com bares e lanchonetes ao lado.

4. Por que, hoje, o Grupo Luiz Severiano Ribeiro adota, pelo menos com a imprensa, a política do “nada a declarar” sobre qualquer assunto?

TV – Eu desconheço este fato, sinceramente. Sei que no passado, tanto na época do pioneiro Severiano Ribeiro, como na do seu filho, Ribeiro Júnior, havia uma relação áspera com a imprensa. Eles foram muito criticados quando vieram se instalar no Rio de Janeiro. A imprensa, quase toda dominada pelo Partido Comunista, cobrava seriedade e nacionalismo dos filmes, mas as chanchadas ignoravam estes compromissos. Severiano Ribeiro era empresário. E nisso ele era muito bom. Eu reproduzo uma critica do consagrado Stanislaw Ponte Preta acusando Severiano Ribeiro de querer transformar o cinema numa indústria – meta, hoje, do Ministério da Cultura.

5. Qual o aspecto mais interessante da personalidade de Luiz Severiano Ribeiro que você descobriu?

TV – Mesmo sendo um homem rico, por destino de família, ele começou a vida fabricando e vendendo gelo. Foi gerente de hotel e dono de bilhar. Fez muita coisa até conhecer e se apaixonar pelo cinematógrafo. Paixão que se tornou arrebatadora quando as filas começaram a se acumular nas bilheterias dos cinemas, em Fortaleza. Quando chegou ao Rio de Janeiro, em 1925, para ampliar seus negócios, acabou se tornando herdeiro das idéias e de cinemas do pioneiro Francisco Serrador, o espanhol, pai da Cinelândia. Com a morte de Serrador, o cearense Luiz Severiano Ribeiro selou a sua sorte e, ainda na década de 40, ficou conhecido como O rei do cinema.


6. Como um homem cujo nome se tornou sinônimo de cinema no Brasil poderia simplesmente não gostar de cinema?

TV – Ninguém consegue explicar. Ele gostava de construir cinemas, equipá-los com as modernidades tecnológicas e ver o povo fazer fila para garantir um lugar nas cadeiras. O destino caprichoso foi dar ao filho, Ribeiro Jr., aquilo que faltava ao pai: eles se completavam, mas não se confundiam.